Megaoperação na Penha e Alemão deixa mais de 120 mortos e revela quartel-general do Comando Vermelho
O secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Marcelo de Menezes, confirmou, em entrevista ao programa Três Poderes, que a operação nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 120 mortos, não improvisamos. A ação nasceu de “cerca de 60 dias” de trabalho de inteligência, mapeamento de rotas, imagens de drones e estudo do organograma da quadrilha.
Ele definiu o alvo como o quartel-general do Comando Vermelho, estrutura que usamos para comandar ações em diversos estados.
Por outro lado, Menezes detalhou a estratégia que o governo delineou: ocupamos o ponto mais alto da Serra da Misericórdia, visamos empurrar os bandidos para a mata e sufocamos as rotas de fuga.
Além disso, a operação combinou eixo operacional e eixo investigativo; enquanto enfrentávamos os criminosos no campo, enquanto isso, desenvolvíamos um trabalho paralelo para rastrear o dinheiro das organizações e combater a lavagem de capitais.
Ele enfatizou:
“Lidamos com narcoterroristas altamente armados — barricadas, trincheiras, dispositivos eletrificados, fuzis, granadas — e com treinamento militar”
.
Portanto, ao rebater críticas de que o estado estaria em colapso e pedidos por intervenção federal, Menezes foi enfático: não se trata de reconhecer incapacidade local, mas de admitir que o fenômeno criminoso ultrapassou fronteiras e exige resposta nacional integrada.
Ele lembrou que a Polícia Militar possui capacidade e resultados — sublinhou a histórica apreensão de fuzis, com mais de 700 apenas pela PM no último ano e recordes anteriores superiores a 600 — e descreveu a operação como
“cirúrgica e meticulosa”
.
Por sua vez, para o secretario, a magnitude das facções impõe mudanças legislativas e uma estratégia conjunta entre União e estados.
Ele avalia que o episódio marca um divisor de águas: mais do que operações isoladas, o combate ao crime organizado exige articulação permanente entre polícia, investigação financeira e legislação adequada para desmontar as estruturas que sustentam o narcotráfico.
Ele concluiu:
“Não estamos em uma crise terminal; estamos em um momento de virada — e a população exige resposta”
.



