Após Resgatar Aliada Condenada, Governo Ignora Brasileira na Indonésia

FAB voa para resgatar ex-primeira-dama do Peru, mas ignora jovem brasileira em apuro na Indonésia

“Estamos no escuro” – declarou a família de Juliana Marins em 22 de junho, ao relatar a ausência de apoio do governo brasileiro.

O contraste escandaloso entre duas operações expôs as prioridades do governo federal. No dia 18 de junho, a Justiça do Peru decretou a prisão da ex-primeira-dama Nadine Heredia, acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Imediatamente, o governo brasileiro autorizou o envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatá-la em Lima, oferecendo-lhe asilo político. A ação foi executada antes mesmo de a polícia peruana cumprir o mandado de prisão.

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Enquanto isso, do outro lado do mundo, a jovem brasileira Juliana Marins, de 26 anos, lutava por sua vida após sofrer um grave acidente no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. O acidente aconteceu no mesmo dia 20 de junho. E o que o governo fez?

Absolutamente nada!

Sem aeronave. Sem equipe de resgate. Sem resposta do Ministério das Relações Exteriores.

“Estamos no escuro” – declarou a família de Juliana Marins em mensagem enviada no dia 22 de junho.

Especialistas em direito internacional foram categóricos: o Brasil tem o dever legal de acionar canais consulares para prestar apoio a brasileiros em risco no exterior. Mas no caso de Juliana, essa obrigação foi simplesmente ignorada.

Enquanto Heredia recebia tratamento VIP, com mobilização imediata do Planalto e avião da FAB à disposição, a família de Juliana clamava por ajuda e enfrentava o silêncio do governo.

Entidades de direitos humanos se pronunciaram, destacando a enorme disparidade entre as duas situações. Organizações do setor de turismo e influenciadores também se revoltaram com o descaso. O local do acidente é de difícil acesso, exigindo protocolos de resgate rigorosos — algo que sequer foi cogitado pelas autoridades brasileiras.

Até o momento, nenhuma resposta foi dada pelo Itamaraty, Ministério da Defesa ou Palácio do Planalto.

Dois pesos, duas medidas. Enquanto uma figura ligada à política externa recebe tratamento privilegiado, uma cidadã brasileira é deixada à própria sorte em um dos momentos mais críticos de sua vida.