Mesmo semanas após a revelação, escândalo envolvendo a Rede Minerva continua provocando reações explosivas
O clima político segue em ebulição! A revelação de que o governo destinou mais de R$ 54 milhões para a Rede Minerva, um projeto que analisa postagens nas redes sociais — inclusive de parlamentares da oposição — continua causando intenso debate nos bastidores de Brasília.
O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) já havia protocolado, no dia 09, um requerimento exigindo total transparência sobre a atuação da rede, que funciona sob o guarda-chuva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“Este requerimento visa garantir a fiscalização da aplicação de recursos públicos e a transparência de uma política sensível em matéria de liberdade de expressão, combate à desinformação e uso de recursos de fundos vinculados a direitos difusos.”
O projeto, operado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), é financiado com recursos de:
| Fonte | Valor | 
|---|---|
| Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (Ministério da Justiça) | R$ 42 milhões | 
| Ministério da Saúde | R$ 12,1 milhões | 
Entre os materiais produzidos pela rede, destaca-se o Boletim Baobá, um relatório sigiloso que analisa publicações críticas ao governo — incluindo postagens de deputados como Gustavo Gayer (PL-GO) e Carlos Jordy (PL-RJ). Curiosamente, também aparecem postagens de apoiadores do governo.
Kim Kataguiri exigiu:
| Informações requisitadas | 
|---|
| Origem dos recursos e pagamentos já feitos | 
| Cópias de todos os relatórios e boletins gerados | 
| Critérios de seleção dos bolsistas do projeto | 
| Instrumentos de fiscalização e prestação de contas | 
| Critérios ideológicos usados nas análises de conteúdo | 
A polêmica ganhou ainda mais força porque, nas redes sociais, o governo não consegue conter o avanço de parlamentares da direita como Nikolas Ferreira (PL-MG), que tem influenciado o debate público com vídeos virais, inclusive sobre a normativa do Pix.
A Rede Minerva, por sua vez, tentou se defender:
“Nenhum dos projetos realiza monitoramento direcionado a indivíduos ou a grupos políticos. O foco está na análise de temas amplos e abertos, cuja circulação ocorre em ambientes públicos das redes sociais.”
“O orçamento citado pela reportagem corresponde ao valor global estimado para a execução dos projetos ao longo de três anos. Ele não representa o montante já executado como afirma erroneamente o título da matéria e das postagens nas redes sociais.”
O caso ainda aguarda decisão da presidência da Câmara para que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação responda oficialmente. O prazo é de 30 dias — e o não cumprimento poderá configurar crime de responsabilidade.
O assunto está longe de esfriar… e promete novos capítulos.
Fonte – Metrópoles



