EUA impõem tarifas agressivas contra produtos chineses em setores-chave e alteram regras para navios
O governo dos Estados Unidos anunciou medidas drásticas contra a China nesta semana: tarifas de 100% a 150% entrarão em vigor em novembro para equipamentos marítimos, logísticos e de construção naval. A decisão, revelada em documento que será publicado na quinta-feira no diário oficial, tem como objetivo reduzir a dependência econômica do país asiático e blindar cadeias de suprimentos estratégicas.
Entre os produtos afetados estão guindastes “ship-to-shore”, fundamentais para o desembarque de contêineres, e chassis intermodais usados no transporte de cargas marítimas e ferroviárias. A medida alcança até mesmo equipamentos montados com componentes chineses ou produzidos por empresas influenciadas por investidores da China, ampliando o alcance das sanções.
“A imposição das tarifas aumentará a alavancagem dos EUA e responderá às práticas investigadas da China”, afirma o Escritório do Representante Comercial americano (USTR).
Enquanto isso, navios estrangeiros que transportam veículos enfrentarão mudanças imediatas: a taxa passará a ser calculada por tonelada líquida, com valor fixado em US$ 46, limitado a cinco cobranças anuais por embarcação. Exceções incluem navios do governo americano e os vinculados ao Maritime Security Program, isentos até 2029.
Além disso, equipamentos como pórticos de borracha, empilhadeiras automáticas e tratores de terminal terão tarifas extras de até 150%, intensificando a pressão sobre Pequim. Por outro lado, guindastes STS adquiridos antes de abril de 2025 e entregues até 2027 escaparão da tarifa de 100%, em uma brecha temporária.
O USTR ainda revogou a possibilidade de suspender licenças de exportação de gás natural liquefeito (GNL), evitando “disrupções de curto prazo” no setor energético. A decisão final, porém, dependerá de uma consulta pública aberta até 10 de novembro, que poderá ajustar detalhes das novas regras.



