Governo Lula perde força no Congresso com saída de ministro e avança projeto que pode beneficiar Bolsonaro
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma verdadeira tempestade política. Celso Sabino, ministro do Turismo, anunciou sua saída imediata após pressão do União Brasil, que ameaçou expulsar filiados em cargos federais. A decisão reduz para nove o número de pastas controladas por partidos de centro-direita, enfraquecendo a frágil base aliada no Congresso.
Enquanto isso, a Câmara dos Deputados aprovou com 311 votos a favor a tramitação em regime de urgência do projeto de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. A medida, defendida por deputados bolsonaristas, pode incluir até Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo STF.
“A decisão caberá ao plenário. Precisamos pacificar o país”, afirmou Hugo Motta, presidente da Câmara.
A situação se agravou com a recente aprovação da PEC da Blindagem, que protege parlamentares de investigações. Embora Lula tenha criticado a proposta como “desagradável”, permitiu o voto livre da base, gerando rachas internos. O PT forneceu apenas 12 votos dos 67 que possui, frustrando aliados do Centrão que apoiaram a medida.
Os republicanos aproveitam o vácuo de poder. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência em 2026, já defende abertamente anistia “ampla, geral e irrestrita”. Enquanto isso, líderes petistas tentam conter o desgaste, mas reconhecem a dificuldade de barrar o avanço das propostas no atual cenário.
Essa combinação de fatores – perda de ministros, projetos polêmicos em tramitação acelerada e divisões internas – aproxima o governo de seu momento mais vulnerável. Com a retomada das articulações eleitorais para 2026, a tensão entre Executivo e Legislativo tende a escalar nos próximos meses.



