Produtores vivem terror: quadrilhas fortemente armadas invadem plantações e roubam milhões em café verde
Criminosos atacam plantações e roubam grãos verdes avaliados em milhões – Além disso, caminhoneiros enfrentam sequestros cinematográficos nas estradas brasileiras.
💰 Café Verde: O Novo Ouro que Atrai Bandidos
Surpreendentemente, antes mesmo de passar pelo processo de torrefação, o café já desperta a cobiça dos criminosos. Consequentemente, os preços elevados transformaram os grãos verdes em alvos altamente lucrativos para quadrilhas organizadas.
Primeiramente, a valorização do produto no mercado criou uma oportunidade irresistível para os ladrões, que agora atacam diretamente nas propriedades rurais.
Portanto, os agricultores enfrentam uma nova ameaça que vai além das tradicionais pragas e variações climáticas. Em outras palavras, eles precisam se proteger de bandidos armados que invadem suas terras em busca dos preciosos grãos.
🛡️ Cooperativas Criam Manual de Sobrevivência
Diante dessa crescente ameaça, cooperativas de cafeicultores desenvolveram estratégias de proteção. Além disso, criaram cartilhas específicas com orientações detalhadas sobre como agir durante assaltos.
No Estado de São Paulo, por exemplo, a Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas distribuiu panfletos para alertar os associados. Ademais, o material incentiva a implantação de medidas preventivas, como a instalação de alarmes e câmeras.
“Não reaja à violência”, aconselha aos cooperados. “Em caso de roubo, priorize a integridade física de todos os envolvidos.”
🎬 Sequestro Cinematográfico Choca o Interior Paulista
Definitivamente, os roubos não acontecem apenas de forma discreta. Pelo contrário, existem relatos de assaltos com perseguição na estrada e bandos com armas de fogo que ameaçam tanto produtores quanto caminhoneiros.
Foi exatamente o que aconteceu com Donizete Guidini. Na noite de 4 de abril, Guidini transportava 30 toneladas recém-colhidas. Simultaneamente, o caminhoneiro cortava a Rodovia Cândido Portinari, no município de Franca (SP) — área de destaque na produção cafeeira.
Sobre a carreta, uma carga avaliada em R$ 1,5 milhão do grão verde. Certamente, peso suficiente para atrair uma quadrilha experiente.
Entretanto, o bando não se limitou ao saque simples e armou uma ação parecida com cenas de cinema. Homens armados o pararam no meio da estrada. Posteriormente, um dos criminosos invadiu o veículo.
Depois disso, o caminhoneiro teve de dirigir sob a mira de uma arma por quilômetros até chegar a um posto, em Cristais Paulistas. No local, o bando o colocou em outro veículo, com três bandidos.
Mais quilômetros de agonia com os olhos vendados seguiram-se. Assim, dirigiu até um canavial onde abandonaram o trabalhador — sem carteira, celular e cartões de crédito.
Com ele, restou apenas a roupa do corpo e o par de calçados nos pés para caminhar em meio ao breu noturno da roça, em busca de ajuda.
Finalmente, horas depois, policiais encontraram a carga em sítio no município Ribeirão Corrente, que fica a 30 km de Franca. Junto com a carga, um homem de 37 anos foi preso.
📈 Cotações Recordes Alimentam o Crime Organizado
Na roça, o grão é negociado verde. É esse o estado antes da torra que o escurece e o deixa no ponto para fazer a bebida. O preço para o produtor de café é referente à saca de 60 kg.
No fim de 2024, as cotações desse mercado passaram a quebrar um recorde atrás do outro. A alta começou com a oferta pela saca próxima de R$ 1,6 mil e chegou ao pico de R$ 2.769, em fevereiro de 2025.
Ao longo do ano, as cotações cederam. Em junho, fecharam perto de R$ 1,8 mil. A queda é significativa, mas não o suficiente para tornar o roubo um péssimo negócio.
Ao menos, enquanto houver quem compre no mercado negro — e deixe o solo fértil para o crime.
Consequentemente, o mercado negro de café movimenta milhões e continua atraindo criminosos dispostos a arriscar tudo por lucros extraordinários.
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