Explosão de Violência no Rio Torna Prioridade Lei que Enquadra Facções como Terroristas
A tragédia que abalou o Rio de Janeiro — com mais de 60 mortos, incluindo quatro policiais na megaoperação contra o Comando Vermelho — imediatamente reacendeu o debate nacional sobre o avanço do crime organizado. Portanto, a reunião entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, ganhou contornos de emergência. O objetivo central: acelerar o projeto de lei que classifica facções criminosas como grupos terroristas.
Além disso, Derrite, licenciado de seu mandato de deputado federal como relator da proposta, detalhou a medida que enquadraria o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e milícias na Lei Antiterrorismo. A iniciativa permitiria aplicar penas mais severas e ampliar a cooperação internacional no combate a essas organizações. A ideia ganhou força após o Ministério da Justiça — sob gestão petista — negar o pedido dos Estados Unidos para reconhecer as facções como terroristas, decisão que provocou forte reação de governadores e parlamentares da oposição.
Enquanto isso, durante o encontro, Hugo Motta ouviu os argumentos de Derrite e lideranças de segurança pública, mas evitou se comprometer com uma data para votação.
“Estamos conversando”
, limitou-se a declarar o presidente da Câmara. O silêncio, porém, intensificou a pressão de deputados da bancada da segurança e aliados de Cláudio Castro e Tarcísio de Freitas, que cobram agilidade na tramitação diante da gravidade do avanço das facções.
Apresentado em março pelo deputado Danilo Forte, o projeto virou prioridade nacional após a sangrenta operação no Rio, que revelou o poder do narcotráfico organizado armado com fuzis de guerra. Por outro lado, a proposta divide o Congresso: enquanto a direita defende tolerância zero contra o crime e reconhece as facções como terroristas domésticos, a esquerda teme “abusos” e tenta frear a votação. A decisão de Hugo Motta nas próximas semanas mostrará se o Parlamento ficará do lado das forças de segurança — ou da omissão política.



