Ação policial no RJ apreende toneladas de bebidas falsificadas em meio a surto de intoxicação por metanol no país
A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta manhã de sábado uma operação de grande impacto contra redes de falsificação de bebidas alcoólicas. Os agentes cumprem 21 mandados de busca e apreensão na capital e na Baixada Fluminense, onde já confiscaram milhares de garrafas suspeitas de adulteração. Enquanto isso, seis suspeitos foram levados para interrogatório e podem responder por crimes como falsificação e violação das relações de consumo.
A operação ocorre em um momento crítico: o Ministério da Saúde registra 127 casos suspeitos de intoxicação por metanol em 12 estados brasileiros, sendo 11 confirmados por exames. Na quarta-feira, logo após o início dos ataques de saúde pública, a polícia fluminense encontrou produtos vencidos e armazenados em condições deploráveis durante fiscalizações preventivas. Mesmo sem casos confirmados no estado, o governo do RJ ativou uma Sala de Situação para monitorar riscos à população.
“Não há motivo para pânico, mas recomendamos evitar bebidas destiladas de origem duvidosa, principalmente em garrafas com rosca”, alertou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Enquanto isso, o governo federal mobilizou recursos emergenciais: 4.300 ampolas de etanol farmacêutico (antídoto contra envenenamento por metanol) começaram a ser distribuídas, além de 2.500 doses do medicamento fomepizol importado. As investigações revelam que criminosos usam o metanol – solvente tóxico 30% mais barato que o etanol – para adulterar uísques, gins e vodcas, aumentando seus lucros de forma letal.
Autoridades alertam que a contaminação pode ocorrer tanto em destilarias clandestinas quanto por falhas na higienização de embalagens reutilizadas. Todas as bebidas apreendidas nesta operação serão submetidas a análises laboratoriais urgentes para identificar possíveis riscos à população.
