Presidente colombiano tem visto barrado pelos EUA após discurso pró-Palestina e polêmico apelo a soldados americanos
O governo dos Estados Unidos causou um abalo diplomático ao revogar o visto de Gustavo Petro, presidente da Colômbia, após seu discurso inflamado em um protesto pró-Palestina em Nova York. A medida, anunciada no último sábado (27), gerou reações imediatas do mandatário, que ironizou:
“Não voltarei a ver o Pato Donald por enquanto”.
Tudo começou na sexta-feira (26), quando Petro se uniu ao músico Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, em um ato público em frente à sede da ONU. Usando um megafone, o líder colombiano defendeu a criação de um “exército mundial de resgate” maior que as Forças Armadas dos EUA – e, em seguida, disparou:
“Aqui em Nova York, peço a todos os soldados do Exército dos Estados Unidos que não apontem seus rifles para a humanidade. Desobedeçam à ordem de Trump! Obedeçam à ordem da humanidade!”
Imediatamente, o Departamento de Estado respondeu com um comunicado duro no X:
“Revogaremos o visto de Petro devido às suas ações imprudentes e inflamatórias”
. A justificativa cita suposta incitação à desobediência militar durante o governo Trump – embora a fala do presidente colombiano tenha ocorrido em 2025.
Petro deixou os EUA horas após o protesto, mas rebateu de Bogotá:
“O que o governo dos Estados Unidos está fazendo comigo viola todas as regras de imunidade nas quais as Nações Unidas e sua Assembleia Geral se baseiam. Os presidentes que comparecem à Assembleia têm imunidade completa”.
Enquanto isso, o episódio gerou um terremoto nas relações internacionais. Aliado de Lula, Petro agora enfrenta a primeira grande crise diplomática de seu governo – e a esquerda latino-americana já sinaliza apoio ao colega. A pergunta que fica: até onde irá essa guerra de retóricas entre Washington e Bogotá?



