EUA revogam visto de Gustavo Petro após discurso pró-Palestina em Nova York – presidente rebate com críticas duras a Trump
Os Estados Unidos revogaram o visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em meio a uma crise diplomática gerada por seu discurso polêmico durante protesto pró-Palestina. O governo americano alegou que o líder colombiano incitou violência ao pedir que militares ignorassem ordens de Donald Trump.
“Revogaremos seu visto devido aos seus atos imprudentes e incendiários”,
anunciou o Departamento de Estado no dia seguinte ao protesto.
Durante o ato em frente à ONU, Petro fez declarações bombásticas usando um megafone:
“Não apontem seus fuzis contra a humanidade. Desobedeçam à ordem de Trump. Obedeçam à ordem da humanidade”,
disse, defendendo a criação de uma força armada global superior à dos EUA para “libertar os palestinos”.
Nas redes sociais, o presidente colombiano reagiu com ironia:
“Cheguei a Bogotá e descobri que não tenho mais visto para os EUA. Não me importo. Tenho cidadania europeia e me considero uma pessoa livre no mundo”,
escreveu, acusando Washington de retaliação por denunciar o que chama de genocídio em Gaza.
A medida gerou revolta no governo colombiano. O ministro do Interior, Armando Benedetti, contra-atacou:
“Estão revogando o visto dele porque foi um dos poucos presidentes na ONU que ousou denunciar o genocídio contra a Palestina”,
argumentando que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deveria ser o alvo da punição.
As tensões entre Bogotá e Washington explodiram após a volta de Trump ao poder. Em julho, os países chegaram a retirar seus embaixadores após acusações de tentativa de golpe. Esta é a primeira revogação de visto de um presidente colombiano desde 1996, quando Ernesto Samper foi punido por ligações com o cartel de Cali.



