Brasil à Beira do Caos: Câmara Decide sobre Anistia para Involvidos em Atos de 8 de Janeiro
A Câmara dos Deputados entrou em clima de guerra nesta quarta-feira ao votar o regime de urgência para o Projeto de Lei da Anistia, que pode perdoar crimes de manifestantes ligados aos episódios de 8 de janeiro. O presidente da Casa, Hugo Motta, colocou o tema em pauta, gerando confronto direto entre governo e oposição. A base aliada iniciou uma intensa obstrução, enquanto parlamentares defensores do texto apostam em um “perdão histórico”.
No centro da polêmica, o projeto visa anistiar não só crimes eleitorais, mas também atos praticados durante protestos, incluindo os ataques a instituições em 2023. Caso a urgência seja aprovada, o mérito da proposta poderá ser votado em tempo recorde, evitando debates prolongados. Para isso, são necessários 257 votos – número que divide opiniões no plenário.
O deputado Gustavo Gayer (PL) defendeu a proposta com emoção, chamando-a de
“uma luz no fim do túnel de um período muito sombrio”
. O parlamentar citou “centenas de famílias e milhares de brasileiros” que, segundo ele, sofrem com supostas prisões políticas.
“É por isso que hoje eu tenho o orgulho de vir aqui nesse microfone em nome de todo o PL, de todo brasileiro de bem, de todo cristão, de todo mundo que quer ver uma nação livre. Presidente, o PL orienta sim”
, afirmou, sob aplausos de aliados.
Por outro lado, a oposição reage com fúria. Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias denunciou a proposta como “ampla, geral e irrestrita”, alertando que beneficia até acusados de crimes eleitorais. Ele relembrou a “escalada contra a democracia”, incluindo supostos planos de ataque a autoridades, e desafiou:
“Alguém aqui acredita que eles querem pacificar alguma coisa?”
Enquanto isso, agentes políticos analisam os impactos de uma possível “anistia light”. Se aprovada, a redução de penas poderá atingir até condenados, conforme estabelece a Lei de Execuções Penais. Especialistas temem pressão sobre o STF, já que a medida pode reacender discussões sobre a punição de líderes dos atos de 8 de janeiro.
Com a polarização em níveis máximos, a sessão caminha para um desfecho imprevisível. Enquanto aliados do governo defendem “justiça e reconciliação”, a oposição acusa o projeto de “recompensar criminosos”. O país aguarda, sob tensão, o resultado que pode redefinir os limites entre anistia e impunidade.



