Advogado que expôs mega-fraude no INSS se encontrou com o senador Rogério Marinho dias antes de depor: “Tomei decisões por conta própria, sem interferência”
Enquanto o país acelerava a discussão sobre o colossal esquema de golpes contra idosos e aposentados, o advogado Eli Cohen convidou para seu escritório o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Imediatamente depois deste encontro – que aconteceu apenas algumas semanas antes do explícito depoimento na CPMI do Congresso –, Cohen pegou carona na onda de denúncias e se tornou o homem-chave da investigação.
“O senador não pediu para cortar, adicionar ou esconder qualquer informação. Também não deixou perguntas combinadas.”
Portanto, o susto nas redes sociais e nos bastidores políticos era inevitável: o requerimento que convocou Cohen à comissão saiu justamente da caneta de Marinho. Por outro lado, o defensor garante que cada palavra proferida no colegiado foi escolhida sem qualquer amarras.
A bomba final do relato chega quando o jurista mira direto no ex-presidente Jair Bolsonaro. Em tom provocador, ele dispara:
“Talvez Bolsonaro tenha sido incompetente por não acabar com um mal que vinha desde governos anteriores. Mas repeti para Rogério Marinho: ‘diante das informações que eu tenho, mesmo sendo de direita ou de esquerda, elas vão atingir quem é o pai da criança’. E definitivamente o pai da criança não é o Bolsonaro.”
Além disso, enquanto o noticiário tenta medir o tamanho político da fala, Cohen já avisa: ele não está nem aí para o espectro ideológico – a responsabilidade, na visão dele, ricocheteia para o comando que, há tempos, abraçou a farra dos descontos abusivos em benefícios do INSS.
Veja a entrevista completa (a partir de 6min02seg):
